domingo, 20 de abril de 2008

UM CONTIGEMNTE DE 17 SOLDADOS TEM A MISSÃO DE PROTEGER UMA FAIXA 1.385 QUILÔMETROS DE FRONTEIRAS.


Dos 25 mil homens de que o Exército dispõe para defender a Amazônia de ameaças que vão do tráfico de drogas à cobiça internacional pelas nossas riquezas naturais, apenas 240 vigiam mais de 2 mil quilômetros de fronteira com as Guianas e o Suriname, na chamada Amazônia oriental.
Destes, um contingente de 17 soldados tem a missão de proteger uma faixa de 1.385 quilômetros de fronteira seca no extremo norte do Pará. Se fossem distribuídos nesse território, caberia a cada homem a vigilância sobre 12.150 quilômetros quadrados, dez vezes a área da cidade do Rio de Janeiro.

A região é vista como o ponto fraco do sistema brasileiro de defesa e preocupa o chefe do Comando Militar da Amazônia, general Augusto Heleno Ribeiro Pereira. "O contingente é muito pequeno. A distância entre dois pelotões passa de 400 quilômetros sem ligação por terra."

O comandante da Amazônia diz que manter guarnições militares na fronteira tem um custo muito alto. "Nossa necessidade não é de mais gente, e sim de meios." Faltam lanchas, helicópteros, fuzis modernos, coletes e equipamentos de visão noturna. "Usamos armas com mais de 40 anos", ressalta. Ele considera essencial o reaparelhamento para aumentar o poder na fronteira.

"Se o Brasil não se voltar para o problema da Amazônia, ela vai se transformar no paraíso dos ilícitos", adverte.

Alguns pelotões na região amazônica não têm equipamentos de comunicação adequados nem energia elétrica 24 horas por dia. Segundo ele, contudo, a tropa é pequena, mas muito bem treinada. "A prioridade é melhorar a vida desse pessoal."



Como na região da Raposa Serra do Sol, localizada na fronteira com a Venezuela e a Guiana, vigiar o extremo norte do Pará é um desafio. As três unidades instaladas na fronteira - uma companhia e dois pelotões - não dispõem de um único avião ou helicóptero. A 1ª Companhia de Fuzileiros da Selva, em Clevelândia do Norte, a 60 quilômetros da foz do Rio Oiapoque no Atlântico, tem 203 homens e abrange também o pelotão destacado da Vila Brasil, localizado 100 quilômetros rio acima, com 20 soldados. Como não há estradas, o patrulhamento é feito a pé ou de barco, quase sempre por rios encachoeirados. Quando o rio está cheio, a navegação é possível, mas, em alguns pontos, os soldados precisam desembarcar e arrastar pelas rochas os batelões de madeira de 4 toneladas.


Embora a Polícia Federal participe de operações com o Exército, não há como fiscalizar todos os barcos. A região, de selva densa e úmida, favorece uma possível infiltração de traficantes ou grupos paramilitares. A companhia, integrada por 76 recrutas, entre eles índios como o soldado Megaron Santos Silva, de 19 anos, da etnia caripuna, treina operações de assalto a posições inimigas. Os índios serão aliados do Exército também no pelotão de Tiriós, na divisa com o Suriname, o mais isolado da fronteira. A unidade fica em terras habitadas apenas por índios de várias etnias, com predominância dos tiriós.

Na aldeia de Nova Missão, no lado brasileiro, vivem cerca de 300 indígenas em situação de miséria extrema. Outros 700 estão espalhados por 20 pequenas aldeias vizinhas. De acordo com o cacique Tadei Simétrio Tarió, de 61 anos, os jovens índios querem se alistar para receber o soldo, cerca de R$ 700 por mês. Ele fará a indicação dos seis primeiros voluntários.

Roraima é uma mina de preciosidades.
Entre outras, ouro, diamantes e urânio. Logo após o assento do PT no poder, com o presidente LULA eleito, o governo criou a reserva Raposa-Serra do Sol, em 2005. Na época, muitos dos próprios índios se rebelaram, pegaram em armas e fizeram policiais federais como reféns, EXIGINDO o cancelamento do decreto que criava a tal reserva. Ora, se até muitos dos índios eram contra, deveria haver outros interesses por trás da criação da reserva.

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