
No próximo sábado, dia 8, é celebrado o Dia Internacional da Mulher. Mas as trabalhadoras do Grande Recife terão pouco o que comemorar.
O rendimento anual médio das mulheres no ano passado (R$ 555) continua bem abaixo do dos homens (R$ 755), sendo o equivalente a 73,5%. Além disso, as taxas de desemprego, de participação no mercado de trabalho da região e a camada da população feminina que ainda exerce atividades consideradas precárias sofreram tímidas melhoras na comparação entre 2007 e 2006, de acordo com a pesquisa A Mulher no Mercado de Trabalho da Região Metropolitana do Recife, realizada anualmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese).
“O Dia Internacional da Mulher será uma data para reflexão e não de comemoração. A relação de desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho do Grande Recife persiste”, argumentou o coordenador-geral da pesquisa, Jairo Santiago. Um exemplo é a taxa de desemprego feminina, que caiu menos que a masculina. A primeira partiu de 24,8% em 2006 para 23,1% em 2007, enquanto que a segunda caiu de 18,4% para 16,9%. Dessa forma, a maior parte dos desempregados do Grande Recife continua sendo mulheres (52,8%). E as ocupadas, em sua maioria, cerca de 47%, não tinham acesso a todos os direitos trabalhistas e de proteção social.
Os resultados são piores se for levado em conta que em todas as regiões do País, as mulheres têm maior tempo médio de estudo do que os homens. Santiago aponta mais um ponto negativo. O número de domicílios chefiados por mulheres aumentou de 26,8% em 1998 para 34,2% em 2007. “Por um lado há a ruptura dos padrões patriarcais, mas ao mesmo tempo, o aumento é negativo, pois as mulheres possuem empregos precários e ainda têm que fazer uma segunda jornada em casa, como chefe do lar”, justificou.
FONTE - http://jc.uol.com.br/jornal/2008/03/06/not_272589.php
Nenhum comentário:
Postar um comentário