
A reportagem aponta Pernambuco como o Estado brasileiro com o maior número de homicídios proporcional à população e afirma que, segundo as autoridades, os esquadrões da morte são responsáveis pela maioria dessas mortes.
“Porque rotineiramente os integrantes desses esquadrões incluem policiais e outros cidadãos proeminentes, falar livremente sobre sua influência é considerado, há algum tempo, um convite a problemas.”
Segundo a reportagem, a presença desses esquadrões é sentida em várias partes do Brasil há anos, mas
“a crescente demanda pública por justiça, no ano passado, fez com que oficiais criassem a primeira força-tarefa regional de larga escala para combatê-las”.
“Agora, as autoridades trabalham contra autoridades, no que parece uma enorme investigação interna.”
O jornal comenta as relações dos esquadrões da morte com pessoas influentes – que dificultam as investigações – mas afirma que a preocupação de uma mãe com a vida de seu filho, no ano passado, “se provou mais forte que o poder dos grupos sobre o público silencioso”.
A mãe foi direto ao governo do Estado, reclamar que um integrante da milícia Thundercats queria matar o filho dela, dando início a uma longa investigação.
Dezenas de pessoas, em sua maioria policiais e negociantes locais, foram presas nas ações que se seguiram, afirma o Washington Post, mas ainda faltam informações sobre esses grupos. Por exemplo, ninguém sabe quantas organizações, ao certo, atuam no Estado.
“As ligações dos grupos com instituições públicas ajudaram a criar uma cultura de impunidade. Policiais militares afiliados aos esquadrões normalmente chegam cedo à cena do crime para esconder provas, segundo as autoridades.”
A reportagem ainda cita o relator especial em execuções extrajudiciais da ONU, Philip Alston, que visitou o Estado no ano passado e disse que apenas 3% dos assassinatos cometidos em Pernambuco são julgados.
Em 2007 foram presas 197 pessoas em conexão com o combate aos esquadrões da morte, mas segundo o relator da ONU, “isso pode ser apenas a ponta do iceberg”.
“Ainda é cedo para determinar se as prisões da força-tarefa vão ter algum efeito mensurável sobre a violência em Pernambuco. Alguns observadores dizem que são necessários maiores esforços para definir os problemas antes que eles sejam resolvidos.”
Fonte - BBC Brasil
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