domingo, 16 de novembro de 2008

Dívidas fazem mal ao bolso e à saúde.


Pode ser um incômodo simples, como uma dor de cabeça. Pode ser pior. Uma gastrite que evolui para úlcera. Crise de pânico. Até um infarto. Dívidas não fazem mal apenas ao bolso de quem não consegue pagá-las. Muitas vezes também fazem adoecer.

Fonte Pernambuco.com

Os consultórios de médicos e psicólogos recebem casos de pessoas que sentiram no corpo ou na mente os reflexos de problemas financeiros. Não há dados oficiais no país. Mas os doentes não devem ser poucos. O Brasil tem mais de 80 milhões de devedores, segundo o Banco Central. Os casos podem aumentar nestes tempos de incertezas econômicas.

Nos Estados Unidos, pátria da crise que agora se alastra mundialmente, uma pesquisa da Associated Press-AOL Health feita com mais de mil pessoas apontou que quem lida com montanhas de débitos torna-se mais vulnerável a problemas como úlceras, depressão severa e ataques cardíacos. Quase 30% dos mais estressados tinham úlceras ou problemas no trato digestivo. Essasdoenças eram encontradas em apenas 8% daqueles com baixo nível de estresse. O placar das enxaquecas ou dores de cabeça de outro tipo foi de 44% contra 15%. Já 23% dos estressados por dívidas reportaram depressão severa.

"Quando uma pessoa faz uma dívida, assume uma responsabilidade. Se ela fica sem condições de pagar, isso pesa, principalmente para quem tem noção das consequências. Esses podem adoecer", diz a psicóloga Isolina Maria Proença, do Centro Psicológico de Controle do Stress, em Campinas (SP). Ela explica que todos nós temos um órgão-alvo, que demonstra uma pré-disposição a doenças físicas ou de ordem mental. Para quem tem o "coração fraco", por exemplo, o aumento do nível de estresse pelo não pagamento da prestação da casa aumenta o risco do desenvolvimento de doenças cardíacas.

A analista de sistemas H.C.C (que pediu para não ter o nome divulgado) faz questão de pagar as contas em dia. Mesmo concentrando os gastos no cartão de crédito, quita sempre o total da fatura. Mas, como tem um filho estudando fora do país, às vezes surgem despesas imprevistas. Livros extras que precisam ser comprados, por exemplo. "Ele não tem autorização para trabalhar. Se tem despesas maiores, tenho que mandar mais dinheiro e as coisas acabam se descontrolando um pouco. Na minha cabeça eu até penso em como resolver. Mas a cabeça não acompanha e eu tenho enxaqueca".

Além da enxaqueca, a ansiedade faz com que H.C.C desenvolva um problema nos lábios. Ela pensou que fosse herpes. O médico garantiu que não era nada. "É de nervoso", diz a analista, que não consegue entender "as pessoas descontroladas com as contas que não estão nem aí. Fico estressada só de ver uma pessoa falando assim", admite. A lista de devedores - preocupados ou não em como vão pagar as contas - vem crescendo. Em outubro, a inadimplência aumentou 4,9% na comparação com setembro, de acordo com a Serasa. Comparando com outubro do ano passado, o aumento foi ainda maior (6,9%). (leia mais)

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